Confere esse caso clínico ([link](https://journals.lww.com/kidney360/fulltext/2022/07000/acute_kidney_injury_in_a_ckd_patient_with_a.25.aspx "Case report"))
Uma mulher de 62 anos portadora de DRC é admitida com disúria há 03 dias e inapetência há 30 dias, além disso apresentava elevação da creatinina (Cr 2,1 >>> 3,5mg/dL). A paciente possuía diagnóstico de prolapso uterino há vários anos, mas sem tratamento específico.
Devido suspeita de ITU foi iniciado antibioticoterapia e realizado passagem de sonda vesical de demora, com melhora parcial da função renal (Cr 2,8 mg/dL).
Realizado TC de abdome no 3º dia de internação sendo observado hidronefrose bilateral e prolapso de útero e bexiga (figura 1), o cateter vesical foi identificado dentro do prolapso da bexiga.
![](</figure 1 prolapso1.webp>)
Diante do quadro de IRA de causa pós renal foi solicitado avaliação da equipe de ginecologia, que indicou a passagem de pessário vaginal. Após procedimento e 14 dias de antibiótico a função renal retornou para estágio
basal.
###### Pontos de Aprendizado
Prolapso uterino é uma condição frequente, mas evolução para IRA pós renal ocorre em menos de 5% dos casos, após correção cirúrgica habitualmente ocorre resolução da hidronefrose.
A justificativa é que o prolapso uterino causa uma torsão da uretra e retenção urinária. Mas também pode ocorrer deslocamento e torsão ureteral, justificando a não resolução da IRA após a passagem do cateter vesical no caso
clínico.
Apesar deste ser um caso simples de IRA pós renal chamamos a atenção a importância do interrogatório ginecológico na condução de uma IRA. Durante a passagem da SVD a vulva deve ser avaliada com atenção.
Diante de uma paciente com relato de prolapso uterino importante em nosso consultório devemos ter atenção para avaliar retenção urinária e hidronefrose, não é incomum a demora para resolução cirúrgica/implante do pessário, o que pode levar a progressão acelerada da DRC.