Este texto foi baseado no artigo Fatigue in CKD Epidemiology, Pathophysiology, and Treatment publicado no CJASN ([**link**](https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8729574/)).
Não existe uma definição clara de fadiga na DRC. Ela é descrita pelos pacientes como **cansaço extremo e persistente, fraqueza, exaustão ou falta de energia** que é **desproporcional ao seu grau de esforço** e que pode interferir na suas atividades diárias.
Os **sintomas físicos** da fadiga incluem fraqueza muscular ou baixa resistência ao esforço, enquanto os **sintomas psicológico** incluem uma sensação de esforço aumentado ou capacidade cognitiva diminuída.
A Fadiga na DRC, como em outras doenças crônicas, é multifatorial e pode manifestar-se de forma diferente entre pacientes.
Estima-se que cerca de 65-75% dos pacientes queixam-se de fadiga e quando comparado a pacientes sem fadiga a presença deste sintoma está associado ao maior risco de morte, hospitalização ou início da diálise.
###### **Mas com avaliar? Como saber se meu paciente apresenta fadiga? Há alguma forma objetiva? Tem como graduar?**
###### **Sim**. O questionário mais utilizado na DRC é o Functional Assessment of Chronic Illness Therapy – Fatigue (FACIT-F) ([**link**](https://www.physio-pedia.com/Functional_Assessment_of_Chronic_Illness_Therapy)). Foi definida a presença de fadiga se um paciente obtiver 24 pontos no FACIT-F que é definida como **grave ou severa quando >44 pontos.**
###### **Mas como tra****tar meu paciente de forma objetiva?**
1. Exercícios físicos (saiba mais a importância dele aqui ([**link**](https://www.nefroatual.com.br/nefroupdates/ha-beneficios-em-realizar-exercicios-durante-as-sessoes-de-hemodialise/))
2. Agentes estimuladores da eritropoiese
3. Suplementação de bicarbonato
4. Uso de inibidores da recaptação de serotonina
5. Outros fatores que podem estar associados a fadiga e que podem ser alvos práticos da terapêutica do nefrologista:
1. Doenças cardiovasculares (IC)
2. Apneia do sono
3. Obesidade
4. Deficiência de ferro
5. Síndrome das pernas inquietas
6. Dor crônica
7. Qualidade do sono
8. Tratamento de outras comorbidades médicas ou psiquiátricas prevalente em pacientes com DRC, diabetes mellitus e transtornos de ansiedade
9. Otimizar diálise e evitar hipotensões (diálise mais frequente?)
Ou seja, devemos otimizar o tratamento dos nossos paciente com verdadeiros clínicos que somos 😊
Resumo da fisiopatologia e possíveis intervenções já testadas:
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Patogênese e tratamento da fadiga em pacientes com DRC. O ícone de uma pessoa em uma bicicleta estacionária representa a atividade física. \*Tratamento da OSA. CNS, sistema nervoso central; CPAP, pressão aérea positiva contínua; ESA, agente estimulante da eritropoiese; OSA, apneia obstrutiva do sono; SSRI, inibidor seletivo da recaptação da serotonina
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