A doença renal em estágio terminal (DRCT) associada a vasculites é uma condição desafiadora que requer atenção especial dos nefrologistas. Este estudo aborda a associação entre vasculites como causa de ESRD e o risco aumentado de fraturas vertebrais, destacando a relevância do manejo cuidadoso para melhorar os desfechos clínicos desses pacientes.
O risco de fraturas na população em diálise é 17 vezes maior quando comprado a população geral. Na população com vasculite, o uso de glicocorticóides em altas doses, frequentemente necessária no tratamento, se associa com risco de fraturas em coluna, com risco crescente dentro de três meses após o início dos glicocorticóides.
Esse estudo ([link](https://journals.lww.com/kidney360/abstract/9900/risk_of_vertebral_fracture_in_individuals_with.563.aspx)) utilizou dados retrospectivos de 2006 a 2019 do United States Renal Data System (USRDS) para avaliar a incidência de fraturas vertebrais em pacientes com DRCT causada por vasculites, com ênfase na granulomatose com poliangiite (GPA). Foram analisados 633.543 indivíduos que iniciaram diálise, excluindo casos de fraturas traumáticas e outras causas secundárias de DRCT.
Os resultados mostraram que pacientes com ESRD devido a vasculites apresentaram risco 33% maior de fraturas vertebrais (RR ajustado: 1,33; IC 95%: 1,17-1,52) em comparação a outras etiologias. Para aqueles com GPA, o risco foi ainda mais elevado, com um aumento de 47% (RR ajustado: 1,47; IC 95%: 1,23-1,75). O estudo também identificou que o uso de corticosteroides, mesmo em doses baixas (<5 mg/dia), contribuiu significativamente para esse risco.
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Além disso, fatores como cateter venoso central em vez de fístula arteriovenosa e histórico de fraturas vertebrais prévias foram associados a uma maior probabilidade de fraturas incidentes. A inflamação crônica inerente às vasculites foi apontada como um fator adicional de perda de densidade óssea e aumento da fragilidade esquelética.
Impacto prático
Este estudo reforça a necessidade de monitoramento contínuo da saúde óssea em pacientes com DRCT causada por vasculites, destacando o papel crítico dos nefrologistas no manejo de terapias que balanceiem os riscos e benefícios. Devemos realizar rastreio para osteoporose por meio de densitometria óssea e realizar estratégias para reduzir a fragilidade óssea podem melhorar a qualidade de vida e reduzir complicações graves.
Confere esse [POST ](https://www.nefroatual.com.br/nefroupdates/posts/manejo-da-osteoporose-no-paciente-dialtico)aqui no NefroUpdates que aborda o tema de tratamento de osteoporose no paciente com DRC dialítica!