Post Baseado no artigo, de livre acesso do JAMA NetworkOpen (**[link](https://jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2825634)**)
Mas antes, vamos entender um pouco de como foi elaborado este artigo:
**1. O que foi feito? **
Revisão de mais de 900 estudos publicados até 2024 sobre prevenção, diagnóstico e manejo de ITUs.
**2. Quem participou?**
Um grupo internacional de 54 especialistas, incluindo médicos e farmacêuticos, trabalhou de forma colaborativa para reunir e revisar as evidências disponíveis.
**3. Como as recomendações foram feitas? **
* Apenas estudos de alta qualidade foram usados para recomendações claras.
* Em áreas com menos evidências, foram criadas orientações práticas para ajudar no manejo clínico.
O artigo foi dividido em 4 partes principais, cada uma abordando aspectos específicos das ITUs. Cada seção traz perguntas frequentes e respostas práticas, baseadas em evidências, para facilitar o entendimento e aplicação no dia a dia. Vamos nessa?
##### **Como o artigo é aberto, vamos fazer apenas um bate bola para resumir, tá? 😊**
Parte 1: Prevenção de ITUs
**1. Qual é o papel da farmacoterapia na prevenção de ITUs?**
Estudos indicam que antibióticos profiláticos contínuos ou pós-coito, como TMP/SMX e ciprofloxacino, reduzem recorrências, mas devem ser usados com cautela para evitar resistência bacteriana. Nitrofurantoína e norfloxacino são alternativas eficazes, dependendo do perfil local de resistência.
**2. Produtos de cranberry podem prevenir ITUs?**
Sim, especialmente em mulheres com infecções recorrentes. Uma revisão Cochrane apontou redução de ITUs sintomáticas em até 30% com produtos contendo proantocianidinas.
**3. Aumentar a ingestão de água previne ITUs?**
Um RCT demonstrou que a ingestão de 1,5 litros adicionais de água por dia reduz episódios de cistite em mulheres saudáveis. A evidência é limitada para populações mais amplas.
**4. Estrogênio tópico pode prevenir ITUs em mulheres na pós-menopausa?**
Sim, estudos mostram que o estrogênio reduz a atrofia vaginal, restaura a microbiota vaginal e diminui as recorrências de ITUs, sem absorção sistêmica significativa.
**5. Qual é o papel do Methenamine Hippurate na prevenção de ITUs?**
Esse agente libera formaldeído em urina ácida, prevenindo infecções. É uma alternativa eficaz e não promove resistência bacteriana.
**6. Probióticos podem ajudar na prevenção?**
A evidência é inconclusiva, mas alguns estudos sugerem benefícios limitados para Lactobacillus, especialmente como supositório vaginal em mulheres.
**7. D-mannose é eficaz para prevenir ITUs?**
Estudos pequenos indicam eficácia em mulheres com ITUs recorrentes, mas a evidência ainda é insuficiente para recomendações claras.
**Tabela 1 - Estratégias para prevenir ITU**
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##### **Parte 2: Diagnóstico de ITUs**
**8. Como definir cistite, ITU complicada e pielonefrite?**
Cistite é a inflamação da bexiga com disúria, urgência e dor suprapúbica, sem sinais sistêmicos. ITU complicada envolve fatores anatômicos ou imunológicos. Pielonefrite inclui febre e dor lombar.
**9. Qual é o papel da análise de urina no diagnóstico?**
Piúria é útil para excluir ITU, mas tem baixa especificidade. A cultura é recomendada em casos complicados ou recorrentes.
**10. Quando solicitar culturas urinárias?**
Em casos de pielonefrite, ITUs recorrentes ou quando o tratamento inicial falha.
**11. Quais são as limitações diagnósticas em pacientes com cateteres?**
Cateteres podem causar bacteriúria assintomática, e a análise de urina pode ser menos precisa devido à contaminação.
##### **Parte 3: Tratamento Baseado em Evidências**
**12. Quais são os regimes empíricos recomendados?**
Para cistite simples: Nitrofurantoína, fosfomicina ou TMP/SMX por 3-5 dias. Para pielonefrite, cefalosporinas ou fluoroquinolonas por 7-14 dias.
**13. Quando ajustar o tratamento?**
Se não houver resposta clínica em 48-72 horas, ajuste baseado no antibiograma.
**14. Qual é a duração apropriada do tratamento para bacteriúria assintomática?**
Tratar apenas em grávidas ou antes de cirurgias urológicas invasivas.
##### **Parte 4: Populações Especiais e Síndromes Geniturinárias**
**15. Como abordar ITUs em idosos?**
Avaliar cuidadosamente sintomas clínicos para evitar tratamento excessivo de bacteriúria assintomática.
**16. Qual é o manejo de ITUs em pacientes transplantados renais?**
Culturas positivas devem ser avaliadas no contexto clínico para diferenciar colonização de infecção verdadeira.
**17. Quais são as abordagens para abscessos renais?**
Diagnóstico por imagem (TC ou ultrassom) seguido de antibióticos e drenagem cirúrgica, se necessário.
**18. Como manejar pacientes com nefrolitíase e infecção urinária?**
Iniciar antibióticos e avaliar necessidade de intervenção para remoção de cálculos.
Eu acho que este artigo é informativo também para pacientes 😊 É uma dica pegá-lo e fazer um documento para enviar para seus pacientes ou fazer conteúdo nas redes sociais. O que acharam?