Até 5-10% das pacientes com nefrite lúpica (NL) são classificadas como classe V após realização da biópsia
renal. Geralmente esse fenótipo da doença é sub representada pelos principais trials (\<20%), o que limita a extrapolação do tratamento feito para as formas proliferativas.
Diante de uma NL classe V pura, isto é, sem achados de lesões proliferativas na biópsia, até 10-30% das
pacientes podem evoluir para falência renal, o que gera a necessidade de tratamento adequado. Nestes casos a intensidade da proteinúria é um determinante no tratamento.
Diferentemente na Nefropatia Membranosa, pacientes com NL classe V dificilmente possuem remissão espontânea.
O KDIGO 2024 disponível aqui ([link](https://kdigo.org/wp-content/uploads/2024/01/KDIGO-2024-Lupus-Nephritis-Guideline.pdf))
Antes de tudo, não podemos esquecer do tratamento de suporte com inibidores da ECA/BRA (dose máxima
tolerada) e hidroxicloroquina.
Se o paciente possuir proteinúria subnefrótica, o tratamento imunossupressor deve ser guiado pelas manifestações extrarrenais. Porém, diante de pacientes com proteinúria mais intensa (>3,5 g/dia) o manejo imunossupressor muda completamente (ver figura abaixo).
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Isso porque, quadros mantidos de síndrome nefrótica aumentam o risco de infecção, risco de trombose e aumento do risco cardiovascular.
Algo que tem de ficar claro, NÃO devemos fazer o tratamento de pacientes com NL classe V apenas com
corticoesteróides de forma isolada.
Parece razoável utilizar a associação prednisona + micofenolato como primeira escolha para pacientes com
proteinúria nefrótica. Se este esquema não for efetivo, o uso da ciclofosfamida pode ficar como segunda alternativa.
Devemos ter como terceira opção o uso dos inibidores da calcineurina ou rituximabe, principalmente se necessidade de terapia por períodos prolongados.