Você com certeza já teve aquela paciente que vive um ciclo interminável de infecções urinárias, muitas vezes tratadas com antibióticos que já não funcionam tão bem. Foi aí que uma aluna me perguntou:

“Professor, quando é que eu devo indicar o Uro-Vaxom?”

Aqui vai a resposta, com base em evidência e de forma prática.

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📌 O que é o Uro-Vaxom?

É um imunomodulador oral feito com extrato liofilizado de 18 cepas diferentes de E. coli — principal bactéria causadora de ITU. Ele estimula resposta imune local e sistêmica (IgA, IgG, macrófagos, linfócitos), reduzindo a frequência de novos episódios de ITU.

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🦠 Quando considerar Uro-Vaxom?

A indicação clássica é para mulheres com ITU recorrente por E.Coli, definida como:

* ≥2 episódios em 6 meses ou

* ≥3 episódios em 12 meses

Essa definição é usada em todas as grandes publicações.

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📚 Evidências principais

🔹 Estudo Retrospectivo – Brodie et al., 2020 (Curr Urol) [link](https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33224005/)

* N = 79 pacientes com ITU recorrente

* Protocolo:

* Resultado:

🔹 Metanálise – Beerepoot et al., 2013 (J Urol) [link](https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23867306/)

* 17 estudos analisados, sendo 4 com OM-89 (891 pacientes)

* Redução de risco de ITU:

* Segurança excelente:

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🩺 Quando NÃO usar?

* Durante infecção ativa (aguarde esterilização urinária antes de iniciar)

* Pacientes imunocomprometidos graves, até que haja mais estudos

* Culturas com múltiplos patógenos → menor taxa de resposta (0% no estudo de 2020)

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💊 Como prescrever?

Esquema mais estudado e recomendado:

* 1 cápsula oral (6 mg) por 90 dias consecutivos

* Pausa de 3 meses

* Reforço: 10 dias seguidos nos meses 7, 8 e 9

No Brasil:

* Nome comercial: Urovaxon®

* Disponível em farmácias convencionais e manipulação (preço médio: R$ 250–400/caixa de 30 cápsulas)

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✅ Conclusão prática NefroUpdates

Se a paciente tem ITU recorrente e já tentou profilaxia com antibióticos ou quer evitá-los, o Uro-Vaxom é uma excelente alternativa com eficácia comprovada e segurança adequada. Os melhores resultados são vistos em pacientes com E. coli e história clássica de infecção recorrente. E o melhor: sem estimular resistência bacteriana.