1-Resistência à Arginina Vasopressina(antigo DI nefrogênico 😊):
A resistência ADH é um efeito colateral comum da terapia com lítio, levando a poliúria e polidipsia em 20-40% dos pacientes! O lítio interfere na capacidade do ADH de aumentar a permeabilidade à água nos túbulos coletores
(diminui a atividade das aquaporinas)!
2-Nefropatia Tubulointersticial Crônica:
A forma predominante de doença renal associada ao lítio é a nefropatia tubulointersticial crônica, que pode progredir para doença renal avançada, mas apenas em uma pequena porcentagem de pacientes. Cerca de 15 a 25% dos pacientes apresentam declínio progressivo da TFG, que de maneira geral, não cai abaixo de 40 a 60 mL/min .
3-Testes de Restrição hídrica:
Pode ser usado para diagnosticar corretamente a AVP-R e diferenciar, de outras causas de poliúria, como deficiência de arginina vasopressina (AVP-D) e polidipsia primária (essa muito comum também em pacientes com distúrbios psiquiátricos).
4-Uso da Amilorida:
A amilorida é recomendada para minimizar o acúmulo de lítio nas células dos túbulos coletores. É eficaz, especialmente, em defeitos de concentração leves a moderados. O lítio é da mesma família de elementos químicos do sódio, assim ENaC é responsável por sua absorção e consequente lesão. Por isso a amilorida é o medicamento de escolha para os pacientes com lesão renal induzida pelo lítio (quando iniciar tem que checar se há desidratação/ hipotensão e os níveis séricos do lítio).
5-Terapias Adicionais para Poliúria:
Diuréticos tiazídicos, anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e dietas com baixo teor de sódio podem ser utilizados para tratar a poliúria induzida pelo lítio e são muito eficazes em conjunto nos casos mais graves de poliúria. Lembrem que o lítio é uma droga muito importante e eficaz nos distúrbios do humor.
6-Nefropatia Intersticial Crônica e Insuficiência Renal:
A nefropatia intersticial crônica pode se desenvolver insidiosamente, com função renal deteriorada e fibrose intersticial proporcional à duração e dose cumulativa do lítio (por isso, atenção para os usuários de longa data! Já tive pacientes que usam lítio há mais de 25 anos!)
7-Hiperparatireoidismo e Hipercalcemia:
A terapia prolongada com lítio pode levar ao hiperparatireoidismo, hipercalcemia e hipocalciúria. A retirada do lítio nem sempre normaliza os níveis de PTH e cálcio, sendo a paratiroidectomia uma opção comum entre esses pacientes!
8-Acidose Tubular Renal:
O lítio pode causar acidose tubular renal distal incompleta, manifestada por um pH urinário persistentemente elevado, enquanto o pH extracelular e a concentração de bicarbonato permanecem normais.
9-Síndrome Nefrótica:
O lítio está raramente associado à síndrome nefrótica, geralmente devido à doença de lesões mínimas, mas também pode causar glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF).
10-Interação com os IECA:
Há evidências de que os IECA podem interagir com o lítio, levando à insuficiência renal e acúmulo tóxico de lítio. Por isso o devemos sempre realizar um monitoramento dos níveis de creatinina sérica e lítio nesses pacientes.
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